Associação doa um milhão de máscaras para combate ao coronavírus

09 ABRIL

Associadas da Animaseg se unem para prover equipamentos de proteção para profissionais da saúde, que têm sofrido com a falta de materiais de proteção. Ministério da Saúde foi acionado para receber a doação.

Diante do atual cenário crítico provocado pela pandemia do novo coronavírus, a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) doou um milhão de máscaras respiratórias PFF2 (N95) ao Ministério da Saúde. Com a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) nos hospitais, enfermeiros, técnicos, médicos e equipes de limpeza têm, inclusive, se mobilizado para conseguir doação de materiais na internet.

A Animaseg é a entidade que representa os fabricantes de EPIs no Brasil. A colaboração ocorreu para reforçar as medidas nacionais para vencer a Covid-19, em especial na proteção dos profissionais de saúde e de setores essenciais. A doação é de 250 mil máscaras mensais, durante quatro meses.

“Com o advento da Covid-19, ficou evidenciada a importância dos EPIs para os trabalhadores, sejam eles da saúde ou de qualquer outra atividade. Creio que a sociedade sairá dessa pandemia dando mais valor para a última barreira entre o trabalhador e o acidente”, disse o diretor-executivo da Animaseg, Raul Casanova.

De uso recomendado apenas para pessoas com suspeita de infecção pelo coronavírus e por profissionais de saúde que as atenderão, as máscaras de proteção têm diferentes modelos. O mais comum é o cirúrgico, porém o considerado ideal para conter a contaminação pela Covid-19 é o N95 ou PFF2. A principal diferença entre as duas é o grau de proteção.

Mais usada para prevenir a propagação de gripe e resfriados, a máscara cirúrgica filtra partículas em apenas um sentido, retendo o que é emitido por quem a utiliza. Já a máscara N95 ou PFF2 é capaz de garantir proteção em dois sentidos, porque tem um filtro de ar que bloqueia pelo menos 95% das partículas em suspensão e ajuda na proteção contra doenças por transmissão aérea.

A máscara cirúrgica é usada principalmente por médicos e assistentes para não infectar pacientes na mesa de operação. Quando quem a está usando tosse ou espirra, a maior parte das gotículas expelidas permanece na máscara. Contudo, isso só funciona no longo prazo se a máscara for trocada regularmente e descartada de forma higiênica e segura. Na sala de cirurgia, a máscara deve ser trocada pelo menos a cada duas horas. A mesma máscara usada várias vezes pode perder rapidamente a sua função.

Casanova ressaltou ao portal da Medical Fair Brasil, como tem sido o trabalho da associação para manter o fluxo de matérias-primas, o transporte e o funcionamento das empresas. “Árduo, pois decisões de prefeituras e governos estaduais influenciam no fluxo de materiais e pessoas, atingindo não somente a população local, mas usuários de todo o país”, declarou.

Segundo a Animaseg, a liberação de fornecimento dos EPIs, normalmente utilizados na indústria, para a área médica somente foi possível para todos os fabricantes e fornecedores com a publicação das RDC 349/20 e RDC 356/20 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Portaria 102/20 pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A RDC 356/20 dispõe, de forma extraordinária e temporária, sobre os requisitos para a fabricação, importação e aquisição de dispositivos médicos identificados como prioritários para uso em serviços de saúde, em virtude da pandemia de coronavírus.

“Todos serão afetados por esta pandemia, mas especificamente para os profissionais da área de saúde, entendo que se houver organização e direcionamento dos produtos, há boas perspectivas para que possamos atender às necessidades. O mercado de EPIs para a área hospitalar, em tempos normais, é somente 10% do total”, destacou Casanova.

As empresas associadas que uniram esforços para a doação são: